Tem esse ódio que não cabe dentro de mim, é uma metástase incurável, uma metralhadora com balas impacientes clamando pela liberdade.
É uma coisa encostada: tava lá num canto sujo e esquecido, cheia de sementes de girassol de um papagaio que vivia lá há “muito tempo”. Por tantas eras permaneceu lá que agora é um instrumento maravilhoso, trata-se de uma arma prática, um achado: um daqueles ocasos do destino que te faz dar benção ao que não acredita.
Indispensável.
E ele se molda dentro da alma – esse ódio –volta e meia puxa a gente para um lugar agradável, e que é promessa de um alívio perante as merdas da vida; esse ódio te promete muito, ainda mais quando justificado e legitimado pela injustiça. É o nosso aval, a desculpa para descer enxofre nas veias e tocar o puteiro com essa explosão do oculto.
Às vezes vivo pela espada.
E ela, às vezes, vive por mim.
esse sim é um bom companheiro...
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