sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

con ti se va mi corazon (ou como nos tornamos reis) parte V


A lâmpada do sótão balança, moscas voam. Noites se passam.
Merryton na minha cabeça. A pior coisa que pode acontecer a uma família vitoriana é perder o seu lugar de conforto para um primo puxa-saco de nobres, metido, incrivelmente irritante; e que acima de tudo, pode te deixar na rua com seus pais velhos sem banquetes intermináveis.
Assim entram as filhas lindas na busca de um marido, para ajudar no destino dos pais, mas me parece que não é uma procura sem sentimento pelas meninas; acho que tem algo a ver com certo cuidado de destino “adaptável” da parte delas. Fico com pena do pobre senhor Bennett, dotado de um sarcasmo incurável e que parece ser um ótimo parceiro para conversar em bares. Lembra meu papá, que se foi numa cama dizendo que queria me ver em faculdade americana.
Lizzy jamais casaria com um idiota desses. Mas a casa anda em risco, sabe...
A nossa casa não tinha esse risco, foi herança do tio de Christine. Era a salvação do nosso casamento no meio do mato, um sarcasmo digno do senhor Bennett e de papá.
Podemos dizer que o tio de Christine é um pouco parecido com esse primo dos Bennett, o senhor Colllins: o Sr McKegan foi um ex-pastor anglicano que andou a América de norte a sul pregando para pessoas entusiasmadas, mas não foi a religião que o consagrou, e sim, sua perícia como veterinário renomado: seu nome está em todos os artigos respeitados na medicina dos sabujos caçadores de raposas.
Christine dizia que o achava quieto demais.
-Ele se parece com essa casa, isso aqui tem o cheiro dele. -disse uma vez com certo nojo.
Então, chega esse tal de Collins, pouco sociável, chato pra diabo e de inspiração ridícula; vem colocando o perigo de reivindicar sua casa; Lizzy talvez sendo sua esposa, acalme o delírio de poder do primo com a sua mão em casamento. Assim, Collins poderia deixar a casa para o velho Senhor Bennett descansar em paz na sua biblioteca, assim como o Sr McKeegan deixou para a sua sobrinha querida.
Obrigado, Tio McKeegan.
Bela cerveja inglesa enferrujada o senhor tem.

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