domingo, 26 de outubro de 2008

jukebox

Estamos aos prantos.
Eles dizem "choro”. É só um recurso, um estilo, uma palavra.Eles dizem que temos que comprar os livros dos homens que roubaram a infância do seu pai que queria ser abduzido, que tiraram a vontade da sua mãe de bordar patinhos num avental quando ela escrevia poemas bonitinhos sobre o primeiro amor.Eles dizem que é choro. É uma sensação antiga.Eles dizem que é dejá-vu.Eles dizem que as tuas palavras não valem nada e só os que persistem nessa vida serão os vencedores e herdarão um reino de recompensas e promessas antigas.
Eles dizem tantas coisas: que não plantamos nossas árvores no canteirinho da praça...
Que somos desgarrados e não temos mundos para colher, filhos para alimentar, namoradas para abraçar; às vezes somos párias mesmo (estão certos muitas vezes), uns desajustados.Seres que mal completaram ou alcançaram a maturidade.Os James-Deans-feios que não morreram jovens com um mínimo de decência para serem idolatrados pelo o que fizeram ou deixaram de fazer.
Normal.Todo mundo às vezes se sente como aquela hiena de desenho de Hanna Barbera.
Trocam de lado também: viram risonhos, dançam tarantella e cantam "Sympathy for the devil” num karaokê-yakuza da Liberdade se abraçando numa noite inesquecível.
Assim é a vida lá naqueles lugares: uma ficha na jukebox e uma série de músicas horríveis até chegar aquela que você colocou na máquina com carinho.Você fica lá batendo o pé, fazendo guitarrinha no ar e agitando sozinho-bêbado enquanto os holofotes te cegam. Cantando a letra até errado.Porra , é bom quando a sua ficha chega.
Eles dizem que é bobagem, ilusão.
Os porras nunca souberam esperar as músicas na jukebox.

terça-feira, 7 de outubro de 2008

late night, maudlin street

Winter coming
Winter for sure, For sure
Oh, winter for sure
Winter - the snow, winter moves on


The last night on Maudlin Street
Goodbye house - goodbye stairs
I was born here, I was raised here and
I took some stick here
Love at first sight may sound trite
But it's true, you know
I could list the details
Of everything you ever wore
Or said, or how you stood that day
As we spend the last night on Maudlin Street
"Goodbye house, forever!"
I never stole a happy hour around here
Where the world's ugliest boy
He became what you see
Here I am - the ugliest man
Oh the last night on Maudlin Street
Truly I do love you
Oh, truly I do love you
When I sleep with that picture of
You framed beside my bed
Oh, it's childish and it's silly
But I think it's you in my room
By the bed (...yes, I told you it was silly...)
And I know I took strange pills
But I never meant to hurt you
Oh, truly I love you
Came home late one night
Everyone had gone to bed
But you know, no one stays up for you
I had sixteen stitches all around my head
The last bus I missed to Maudlin Street
So, he drove me home in the van
complaining: "Women only like me for my mind.."
Don't leave your torch behind, a power-cut ahead 1972, you know
And so we crept through the park
No, I cannot steal a pair of jeans off a clothesline for you
But you without clothes
Oh I could not keep a straight face
Me - without clothes?
Well, a nation turns its back and gags..
and I'm packed
I am moving house
A half-life disappears today
With every hag waves me on
Secretly wishing me gone
Well, I will be soon
Oh - I will be soon, I will be soon..
There were bad times on Maudlin Street
They took you away in a police car
Dear Inspector - don't you know?
Don't you care? Don't you know about Love?
Your gran died and your mother died
On Maudlin Street
In pain and ashamed
With never time to say
Those special things
I took the keys from Maudlin Street
Well, it's only bricks and mortar!
Oh.. truly I love you
Wherever you are
Wherever you are
Wherever you are
I hope you're singing now
Oh I do, I hope you're singing now

                                              MORRISSEY

quinta-feira, 2 de outubro de 2008

n . d . a


Precisamos de alternativas.De respostas que nos satisfaçam imediatamente.Ignoremos o que está por vir, pois o que realmente importa é a satisfação: indolor, rápida e com um friozinho refrescante como uma bala de Hall´s de sabor exótico Nos dê alternativas: não nos importamos que elas sejam só duas e que elas não satisfaçam os nossos medos ,aquele momento com o nosso travesseiro babado onde ficavam os nossos sonhos.Joguemos aleatoriamente os nomes num saco.
Dos sonhos ,só nos restam cabelos nos travesseiros .E nosso egoísmo.
Nos dê alternativas.Poucas.Não importa se a) ou b): nossas esperanças estão depositadas em nomes; representam a dualidade de folhetim vista em novelas, o Ying Yang do rotineiro, do que se fala em filas do banco e se cala perante os nossos suspiros vendo a vitrine de uma bela TV gigante no Centrão.Temos alternativas então, oras!Se temos! Esqueçam dos números ímpares e tudo que é singular nessa terra fodida.Então agarrem os teus números e pensem em algo que gostariam de fazer enquanto os dois nomes serão escolhidos naquele saco fedido e aquela mão gordurosa agarra o papel A4 recortado com a sua alternativa.
Daqui a quatro anos façam o mesmo.
E assim sucessivamente.