"Porra, ninguém lê essa merda mesmo... Precisamos de um cara do marketing, mano. Te falei, fazer site, promover festa, página oficial de Facebook, essas coisas...".
E foi o que eu tive. Bom, a minha equipe sugeriu... O cara chegou com um café do Starbucks, e numa sentada mudou tudo: blog com nome novo, novas pautas, networking... Sasporra.
Escrevi uma merda qualquer. Pagamos uma bela de uma fortuna, retiramos a grana do fundo dos investimentos. Fazer o quê?
No dia seguinte ele me chamou. De novo, tava lá tomando o seu Starbucks com nome escrito à caneta no copo:
"Vamos ver o seu último post. (3 segundos) Nossa, olha aí as visualizações! Caceta!".
Em vez da tradicional mensagem de "nenhuma visualização" tava marcando 5 visualizações e 5 comentários. Bem, se era patético ou não, nunca tinha acontecido.
E foi o que eu tive. Bom, a minha equipe sugeriu... O cara chegou com um café do Starbucks, e numa sentada mudou tudo: blog com nome novo, novas pautas, networking... Sasporra.
Escrevi uma merda qualquer. Pagamos uma bela de uma fortuna, retiramos a grana do fundo dos investimentos. Fazer o quê?
No dia seguinte ele me chamou. De novo, tava lá tomando o seu Starbucks com nome escrito à caneta no copo:
"Vamos ver o seu último post. (3 segundos) Nossa, olha aí as visualizações! Caceta!".
Em vez da tradicional mensagem de "nenhuma visualização" tava marcando 5 visualizações e 5 comentários. Bem, se era patético ou não, nunca tinha acontecido.
"Se sente melhor?".
"Sei lá...".
Ele me explicou:
"Bom, vamos lá... não fica puto não, mas é tudo perfil fake. Eu que fiz. Belmont, não é da noite pro dia que um autor blá-blá-blá, etc".
Falou e balbuciou um monte de coisas. A equipe tava lá, toda "cordeirinho", toda preocupadinha comigo. Depois depositaram uma bela grana na minha conta para compensar o meu fracasso na literatura que eles investiram tanto; e ainda me deram uma viagem com tudo pago para Cancún!
Falaram muita coisa. Todas elas nada importantes... A verdade é que eu caguei para tudo; às vezes bate um vazio, às vezes eu não tenho vontade de escrever nada aqui ou acolá...
Sei que tenho amigos e amigas que me acompanham nisso aqui, lendo essas paradas, e isso é muito importante nas andanças pelo vale. Foi uma puta descoberta. Nada está muito perdido, muitos jamais tiveram o que eu tive; muitos tombaram com a papelada escrita e guardada para sempre numa casa que se incendiou. Eu não. Nada disso.
Nada nunca me desanimou na verdade; "like, dislike, compartilha!", nada. Nessa parada de escrever eu sempre enxerguei uma ponta de "algo". Sempre. Até mesmo quando não estava com um pedaço de papel, na missão, eu via "algo" se alimentando; e ali estava o propósito da coisa toda. Dessa "coisa" de escrever.
Se você leu alguma coisa aqui; se você não leu nada; se você leu um texto só e gostou, se você leu tudo e não gostou de nada ou se, até mesmo, você leu tudo e gostou de geral (o que é um pouco improvável...), isso aí é o que foi foda no processo todo. Como eu disse, muitos tombaram nesse lance de escrever, e eu permaneci só por insistência... Nada muito nobre ou metafísico.
Tudo isso serviu para suprir ou alimentar alguma "coisa" durante mais de uma década. Essa é a parada. "Não adianta pregar pra convertido", ouvi de um amigo que também não lê as minhas paradas. Tem que colocar a viola no saco e andar pelo Centrão, e tocar para gente apática e desconhecida; no meio da multidão tem alguém querendo ouvir uma moda nova. E os seus companheiros e companheiras, seus trutas, andam aonde a viola chora contigo. Sempre tem gente.
E se o fim disso aqui tá chegando ou não, tampouco me importou. Se é para acabar, vamos dar o último gole e sair atirando primeiro como o Butch Cassidy, como o Takeshi Kitano em "Brother"...
Se os porcos nos cercam, a gente revida. Sempre foi assim. Fora-da-lei para sempre.
E quer saber mais?!
"Sei lá...".
Ele me explicou:
"Bom, vamos lá... não fica puto não, mas é tudo perfil fake. Eu que fiz. Belmont, não é da noite pro dia que um autor blá-blá-blá, etc".
Falou e balbuciou um monte de coisas. A equipe tava lá, toda "cordeirinho", toda preocupadinha comigo. Depois depositaram uma bela grana na minha conta para compensar o meu fracasso na literatura que eles investiram tanto; e ainda me deram uma viagem com tudo pago para Cancún!
Falaram muita coisa. Todas elas nada importantes... A verdade é que eu caguei para tudo; às vezes bate um vazio, às vezes eu não tenho vontade de escrever nada aqui ou acolá...
Sei que tenho amigos e amigas que me acompanham nisso aqui, lendo essas paradas, e isso é muito importante nas andanças pelo vale. Foi uma puta descoberta. Nada está muito perdido, muitos jamais tiveram o que eu tive; muitos tombaram com a papelada escrita e guardada para sempre numa casa que se incendiou. Eu não. Nada disso.
Nada nunca me desanimou na verdade; "like, dislike, compartilha!", nada. Nessa parada de escrever eu sempre enxerguei uma ponta de "algo". Sempre. Até mesmo quando não estava com um pedaço de papel, na missão, eu via "algo" se alimentando; e ali estava o propósito da coisa toda. Dessa "coisa" de escrever.
Se você leu alguma coisa aqui; se você não leu nada; se você leu um texto só e gostou, se você leu tudo e não gostou de nada ou se, até mesmo, você leu tudo e gostou de geral (o que é um pouco improvável...), isso aí é o que foi foda no processo todo. Como eu disse, muitos tombaram nesse lance de escrever, e eu permaneci só por insistência... Nada muito nobre ou metafísico.
Tudo isso serviu para suprir ou alimentar alguma "coisa" durante mais de uma década. Essa é a parada. "Não adianta pregar pra convertido", ouvi de um amigo que também não lê as minhas paradas. Tem que colocar a viola no saco e andar pelo Centrão, e tocar para gente apática e desconhecida; no meio da multidão tem alguém querendo ouvir uma moda nova. E os seus companheiros e companheiras, seus trutas, andam aonde a viola chora contigo. Sempre tem gente.
E se o fim disso aqui tá chegando ou não, tampouco me importou. Se é para acabar, vamos dar o último gole e sair atirando primeiro como o Butch Cassidy, como o Takeshi Kitano em "Brother"...
Se os porcos nos cercam, a gente revida. Sempre foi assim. Fora-da-lei para sempre.
E quer saber mais?!
10 anos não é nada. Manda mais nessa porra.