desdém, derrota e vitória. o caminho dos justos construído sob o atalho dos caídos.
essa cidade…
o aterro, a varanda, e os olhares para os prédios. o mato da raposo no velho oeste
tudo (tudo isso) entre os ossos dos meus amores
urubus rodeando a estrada
cabeças de vaca incineradas pela molecada rebelde
cachorros abandonados, gente sem lar
nossos irmãos e irmãs, todos jogados pela Raposo
andando pela beira da estrada para não gastar condução.
(poucos sabem como é a vida aqui além dos rios poluídos…)
tudo isso somado aos meus êxitos e derrotas
soterrado sob a poeira intoxicante dos ossos dos meus amores
ali jaz o homem, o culpado
conformado com o próprio destino, com a própria doença
alguns morreriam pelo enxofre cálcico da minha nostalgia
pela tinta da minha caneta vagabunda
pelos bytes desperdiçados nessas palavras.
(alô?)
se existe alguém aí, venha sentir o cheiro dos ossos
venha comigo
enquanto existir a palavra, haverá vida por aqui.