segunda-feira, 1 de setembro de 2008

o alzheimer de todos nós

Giz de cera.
Lembrei da palavra que me parecia tão engraçada quando pivete: crayon.Tinha uma caixa deles comigo quando criança.
Era uma caixa toda espalhafatosa com desenhos de casinhas ,solzinhos e nuvens na embalagem ; dava a idéia de que uma criança era a autora da arte.Tava escrito "crayon" do lado da caixinha!
E eu me lembro perfeitamente da caixa!Dos desenhos que fiz num sulfite de tarde na escola .Do comercial da Faber Castel...
Me lembro de tanta coisa, que vivo às vezes só para lembrar : daquele desenho antigo que ninguém lembrava na roda de boteco ,do show que eu assisti há muito tempo,do que os meus amigos lembraram ontem por mim e daquela mina que existe na minha cabeça.Me pergunto se é normal lembrar de tanta coisa .Ultimamente tenho tido uns lapsos,coisa de noiado mesmo :falam comigo "lembra do que a professora falou?" e na minha cabeça aparece aquele "Now Loading" bem rapidinho .Uma imagem de um disco girando bem rapidinho.
E lembro com algum atraso.
Lembro que esse texto tinha algum propósito ,mas esqueci.
Me veio a imagem do estojo de crayons tão nítida na minha mente que eu tropecei no meu silêncio pra chegar rápido nessas teclas e escrever.Bater na máquina com raiva,escrever pra caralho.Eu me lembrei de algo e esbocei um sorriso .Morri na praia com alguma idéia olhando pra mim,se debatendo triste na palma das minhas mãos.Desapontada.
Às vezes essas coisas passam na cabeça da gente .E lá está você, dando um sorriso andando por aí ou numa fila que não anda mais.
Acho que quis escrever para não esquecer mais.
É...
Acho que foi isso.

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