sábado, 3 de julho de 2010

a chama

Talvez seja um troço meio besta...
Sim, pensar no dia de amanhã. Sim, voltar a cabeça no meio da noite para pensar na agonia do dia fudido que será quando eu levantar a cara cheia de marcas de travesseiro para sorrir para o mundo. Sim, será errado pensar no amanhã, livros de auto-ajuda e outros papéis escritos sem um pingo de alma. Será difícil pensar no dia de amanhã quando eu não tiver outra coisa a fazer a não ser me masturbar até sair sangue pelo pinto, ou apagar as cruzadinhas para fazê-las de novo. Não, não há um pensamento bom em ligar o amanhã às coisas felizes e promissoras de final de filme previsível; se está bem, provavelmente será o mesmo; se está uma merda, federá um pouco mais, quase não dá para perceber...
Há as variações: dias que não acabam ou a promessa de algo melhor, como naquela mão que você ganhou na última carta sendo virada. Isso é a vida, não há uma mistificação nela, caralho, não há um pensamento bom no amanhã a não ser insistir em guardar a chama que Hank disse; essa chama que a gente tem que guardar na palma da mão e sabe que um dia estará lá, forte. Pode ser amanhã ou não: o lance é se surpreender se for amanhã, cara.
É bem assim.

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